Indonésia pede respeito às leis do país após críticas mundiais por fuzilamentos
Mais de 138 presos estão no corredor da morte, a maioria por crimes de drogas. Cerca de um terço deles são estrangeiros
Após afastar os apelos de clemência de líderes mundiais sobre a execução de estrangeiros por tráfico de drogas, a Indonésia pediu neste domingo (18) respeito pelas suas leis e afirmou não irá comprometer sua abordagem ao combate dos narcóticos por causa das críticas.
"Podemos entender a reação do mundo e dos países cujos cidadãos foram executados. Mas cada um deve respeitar as leis que se aplicam em nosso país", disse o procurador-geral da Indonésia, Muhammad Prasetyo, ao jornal"The Jakarta Globe".
Os corpos do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53, Namaona Denis, 48, de Malawi; Daniel Enemuo, 38, da Nigéria, do indonésio Rani Andriani e de um holandês foram levados para ilha por ambulâncias na manhã de domingo para serem enterrados ou cremados, conforme solicitação de familiares e representantes de suas embaixadas.
O presidente Joko Widodo rejeitou os pedidos de clemência em dezembro. Ele também recusou o apelo de última hora da presidente Dilma Rousseff e do governo holandês para poupar seus compatriotas - Archer e Ang Kiem Soe, 52, que nasceu em Papua, mas cuja nacionalidade é holandesa.
O ministro dos negócios estrangeiros holandês, Bert Koenders, disse em um comunicado na tarde de sábado que havia chamado o embaixador do país na Indonésia para consulta a fim de protestar contra a execução de Ang. Ele chamou a ação de "um castigo cruel e desumano, uma negação inaceitável da dignidade humana e integridade".
A Anistia Internacional disse que as primeiras execuções sob a liderança do novo presidente, que tomou posse em novembro, foram "um passo para trás" para os direitos humanos.
Já o procurador-geral indonésio afirma não haver desculpas para o tráfico de drogas e que "esperançosamente, isso terá um efeito dissuasor". Prasetyo explicou que o novo governo tem um firme compromisso com a luta contra a droga. Widodo informou que não irá conceder clemência a 64 presos por tráfico de drogas no corredor da morte.
"O que fazemos é apenas destinada a proteger a nossa nação do perigo das drogas", disse a jornalistas Prasetyo na quinta-feira. Ele explicou que dados da Agência Nacional Anti-Narcótico mostrou que há entre 40 e 50 mortes diárias por causa da circulação de drogas na Indonésia.
A Indonésia, um arquipélago de 250 milhões de habitantes, tem leis extremamente rigorosas sobre as drogas e muitas vezes executa contrabandistas. Mais de 138 presos estão no corredor da morte, a maioria por crimes de drogas. Cerca de um terço deles são estrangeiros.
Moreira foi preso em 2003 depois de a polícia do aeroporto de Jacarta encontrar 13,4 kg de cocaína escondidos em sua asa delta. O brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte permanece no corredor da morte na Indonésia, também condenado por tráfico de drogas.
Ang foi preso perto de Jacarta, em 2003, depois de a polícia encontrar equipamentos para a produção de até 15 mil comprimidos de ecstasy por dia durante três anos. A polícia apreendeu 8 mil comprimidos e milhares de dólares sob o comando do holandês.
*Com AP
Fonte: IG
33 Comentários
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Esta lei deveria ser adotada no Brasil, só assim seremos respeitados no verdadeiro combate as drogas.
E quanto aos direitos humanos, em vez de proteger bandidos, cuide da liberdade de ir e vir pelos cidadãos de bem. continuar lendo
Por ora discordo, Roberto. Vou lhe dar dois exemplos entre tantos:
1 - Foi encontrado 450 kg de cocaína num helicóptero no Espírito Santo, no início das investigações descobriu-se que o helicóptero, piloto (e a cocaína, claro) era de Minas Gerais. Após descobrir-se que eram dos amigos e correligionários do Aécio Neves, e que esse helicóptero tinha abastecido no aeroporto de Cláudio/MG as investigações PARARAM.
2 - numa Blitz um juiz federal foi multado pela fiscal, pois ele estava irregular e "não era Deus"; no fim das contas, a fiscal foi processada pelo "abuso" e o Juiz se quer foi multado.
Sem contar outro Juiz que mandou prender os funcionários da TAM porque chegou atrasado eles não mandaram o avião voltar... Enfim, pena de morte pra quem? Pra preto e pobre? continuar lendo
Jadson, você está corretíssimo!
A pena de morte no Brasil só serviria para causar mais indignação. Muita gente iria morrer por ter roubado galinha enquanto outros ficariam soltos devido a sua conta bancária.
Pena de morte pra quem não consegue nem cuidar das contas públicas?
Não aqui no Brasil. continuar lendo
num país onde Juiz dá voz de prisão pra agente de trânsito....tá bom.... continuar lendo
A Indonésia esta com a razão, já que não somos capazes de controlar nosso país e entregamos nas mãos de ex guerrilheiros e ex presidiários e não temos a capacidade de encarar a realidade que o Brasil esta a mercê de facções criminosas, devemos calar a boca e respeitar quem tem coragem e determinação para fazer!!!!, lá não tem ladrão, assassino, traficante na política já aqui no Brasil é desde o vereador até o presidente!!!! continuar lendo
Pek, muitos países são ou foram chefiados por ex guerrilheiros que lutaram contra regimes opressores. Exemplo: Africa do Sul, com Nelson Mandela, Uruguai com Pepe Mujica, e o Brasil, caso o candidato que muitos apostavam como alguém que fosse fazer o que não faz como senador, Aécio Neves, este tem o vice-presidente, Aloysio Nunes, ex guerrilheiro... continuar lendo
No Brasil não da para dar ao Estado o poder de executar alguem...
O povo brasileiro tem um grande problema...seu DNA.
Meu pai foi serviu na epoca da segunda guerra mundial..ele achava que um dia o Brasil seria uma grande nação...morreu e nao viu isso...
Deve se criar politicas serias....
nunca mais ninguem falou em controle da natalidade...
pelo contrario....bolsas familias...e por ai vai continuar lendo
Os que alegam ser a pena de morte um passo atrás contra os direitos humanos não estão pensando em direitos humanos, mas pensam em proteger animais irracionais, animais todos somos, mas racionais.
Parece ser este presidente o único lúcido nesta questão. Um só traficante gera inúmeras mortes e a morte dele é questão de desrespeito aos direitos humanos?
Sou conta a penas de morte apenas por que não sou capaz de ser carrasco, mas lá eu sei que este tipo de vagabundo odioso vai se lascar todo e não posso deixar de sentir certa satisfação. continuar lendo
Concordo, David, acho que a regra deveria ser a seguinte: quem desrespeita os direitos de outrem, abre mão dos seus direitos, e acabou.
A propósito, direitos humanos existem para defender humanos direitos, não criminosos. continuar lendo
As pessoas vão pensar um milhão de vezes antes de tentar entrar com drogas lá novamente! continuar lendo
Vão não. continuar lendo
Infelizmente concordo com o Aphonso Garbin. A pena severa acaba servindo apenas pra satisfazer o sentimento daquele que a aplica, pois não apresenta resultados práticos. continuar lendo
Discordo, a lei apresenta resultados sim, neste momento temos um traficante a menos no mundo, e logo serão dois. continuar lendo
Cada Pais ou Continente tem suas leis, devemos respeitar. Quem entrou com drogas não foi convidado para transportar, entrou por livre e espontânea vontade, coitada de familiares, agora falar que o cidadão era um coitado sem logica.. continuar lendo